Economia

AS ELITES EMPODERADAS E OS EMPRESÁRIOS

AS ELITES EMPODERADAS E OS EMPRESÁRIOS

AS ELITES EMPODERADAS E OS EMPRESÁRIOS

 

                                                                                                                      Magno Pires

 

As elites empoderadas e os pequenos, médios e grandes empresários não estão preocupados e sensibilizados pelo drama socioeconômico de profundas dificuldades financeiras vividas e sofridas pelos pobres e miseráveis. Mas, os querem submetidos às suas ordens no trabalho diário, recebendo um salário mínimo, sabidamente insuficiente para o pagamento das necessidades do operário e da família. E, embora sabedores dessa insuficiência salarial à adequação de suas despesas, as elites empoderadas e os empresários são incapazes de ajudá-los, auxiliando-os, nessas suas precariedades. Preferem, porém, um trabalhador oprimido pela carência, de cobertura de suas exigências econômicas, produzindo menos, porque é um indefeso, àqueles que produzem folgados e radiantes, pela ajuda financeira mensal suplementar adicionada ao contracheque.

O regime de contraprestação de trabalho entre patrões e empregados e/ou entre os ricos e pobres, perdurará semi feudal, escravocrata e patrimonialista; enquanto persistirem essa efetiva e verdadeira alta cobrança de impostos e taxas no Brasil. Os ricos e empresários sempre alegarão que eles impedirão de efetuar o pagamento de melhores salários aos empregados porque aumentam os custos das empresas.

Além dessa histórica reação para não pagarem melhores salários aos colaboradores e operários, e sempre retribuindo o pagamento com salário mínimo, alegando esses altos impostos e taxas, com a folha de pagamento, o país se afunda na crise lançando milhões de brasileiros ao desemprego estrutural. E a conta já ultrapassa os 13,7 milhões de desempregados.

Os afortunados, que aplicam milhões no mercado de capital, criam seus cachorros e cavalos de estimação e os empresários não parecem – repito preocupados com a crise socioeconômica e financeira do país e dos milhões de desempregados, pobres e marginalizados do trabalho; condição essa que põe em perigo a estabilidade de sua empresa e as possibilidades de preservação e continuidade de seus negócios e/ou atividades de serviços, de comércio, de indústria. A posição é de uns verdadeiros camicases.

A crise atual do Brasil é de difícil superação. E persistirá por mais alguns anos. Desde 2008, já se vão 10 anos, que ela se instalou nos Estados Unidos e posteriormente no Brasil. E o cenário, de acordo com as condições financeiras do momento, não terá uma resolução de curto prazo, com os negócios retornando às atividades de regularização normal. As empresas continuam sendo fechadas, encerrando as suas atividades. 365 mil foram fechadas.

Entretanto, não são apenas as elites ricas e os empresários, que não refletem e não se sensibilizam com os problemas crônicos de milhões de brasileiros, inclusive 1,4 milhão de piauienses precarizados social e economicamente, porém, inúmeros intelectuais, jornalistas, escritores, advogados, economistas, médicos... também não se condoem e/ou compadecem com as precárias situações desses brasileiros. E ainda os criticam por indolência e preguiça; que não têm nem sequer alguma iniciativa para minimizar suas condições; que esperam sempre ajuda do Governo.

Os programas sociais administrados pelo Governo têm sido insuficientes e irrelevantes à solução desse drama terrível porque passam esses brasileiros.

E ainda têm que enfrentar escolas, hospitais públicos e transportes urbanos de péssima qualidade; faltam saneamento em água e em esgoto; estes equipamentos públicos não existem em muitas periferias das grandes cidades e de muitos municípios; energia de baixa qualidade, além de não atenderem todas as comunidades. Para citar apenas esses serviços nominados acima.

A maioria desses pobres nascera de pais pobres e famintos, geralmente analfabetos, e continuam sem poder atender às suas próprias demandas e dos filhos. Estes subnutridos desde o nascimento. E com pouco horizonte de vida. Muitos morrem. Outros sobrevivem doentes e com insuficiência alimentar.

Nas escolas públicas, como disse, têm ensino de baixa qualidade. Como podem competir no mercado de trabalho com os filhos da elite e dos empresários, que frequentam bons colégios, dormem e se alimentam bem e com alto padrão alimentar? Moram em bairros saneados com esgoto e água de qualidade; consequentemente, sem muriçocas, mosquitos, pernilongos e ratos... Residem em apartamentos de alto luxo; muita segurança; com sistema de alarme e ainda protegidos por cães ferozes farejadores, cerca de arame e muros muito altos. E vigias noturnos.

Evidentemente, que há os empresários e ricos empoderados, embora um pequeníssimo grupo, que se sensibilizam com o clima de extrema pobreza desses irmãos que nada produzem e nada possuem e que precisam de ajuda de todos. Eles não têm capacidade nenhuma de competir no mercado. São frágeis. Estão impossibilitados por falta de estrutura financeira desde o nacimento.

Os salários são os maiores distribuidores da renda, desconcentrando-a. Mas sem distribuir a riqueza este quadro não mudará. Os poderosos não gostam de pagá-los adequadamente. Reagem a esse fator e sempre entre críticas ao governo que cobra muitos impostos e taxas. Portanto, alegam esses afortunados, que assim não podem melhorar as condições dos mais pobres, remunerando-os com salários mais condignos, diferentemente do mínimo, determinado por lei.

 

 

                                                                                                                

Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), ex-consultor jurídico da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 115.886.520            acessos em 9 anos e 8 meses, e-mail: [email protected].