Política

BOLSONARO NÃO PATROCINARÁ UM GOLPE DE ESTADO MILITAR

BOLSONARO NÃO PATROCINARÁ UM GOLPE DE ESTADO MILITAR

BOLSONARO NÃO PATROCINARÁ UM GOLPE DE ESTADO MILITAR

 

Magno Pires

              Mesmo nomeando várias oficiais generais e de outras patentes para diversos cargos na administração geral do País, inclusive ministérios relevantes, o presidente Bolsonaro não patrocinará um golpe de Estado militar. Justamente porque não há clima à excepcionalidade antidemocrática pela consolidação das instituições públicas, respeito à atual Constituição, funcionamento normal dos poderes, liberdade de imprensa e as condições físicas estruturais do Brasil, com a economia e gestão estáveis, ainda que os estragos causados e as providências asseguradas  para combater aos efeitos trágicos da Pandemia da Covid-19. Embora, diga-se apenas para reafirmar essa falta e/ou ausência de vontade presidencial quanto ao interesse de execução de uma excepcionalidade, como ditadura civil e/ou militar, que grupos radicais tanto da direita extrema quanto da suposta esquerda, promovam manifestações de ruas, marchas, quebradeiras, panelaços etc. pedindo intervenção militar e/ou ditadura e outras intervenções em total e flagrante desrespeito às instituições, aos ministros do STF e ao presidente, xingando-os e aos ministros do Supremo Tribunal Federal.  No entanto, essas contestações e manifestações ocorridas, com insistência, decorrem exatamente da natureza democrática do regime de liberdade adotado no Brasil, com representação popular parlamentar e o acolhimento constitucional das divergências políticas e ideológicas dos mais diversos grupos sociais, também consagrados no texto da Constituição de 88, que maturaram e consolidaram o nosso regime político constitucional nesses mais de trinta anos de vigência da Constituição de 88.

              As divergências entre os poderes da República e/ou de alguns ministros do STF, dos presidentes da Câmara e do Senado, com o presidente da República, também com o seu gênio irrequieto, ciclotímico, parlador, falando diariamente e recepcionando apoiadores à entrada do Palácio do Planalto e fazendo discursos, disseminam instabilidade política, com repercussões na economia, mas não resvalarão jamais à instabilidade inconstitucional, com violação das regras impostas constitucionalmente, para manutenção de regime sem as liberdades públicas individuais, coletivas e difusas e do direito de ir e vir; e a ponto de instaurar-se, sob liderança de Bolsonaro e/ou dos militares, um movimento de usurpação de poder popular para implantação de uma excepcionalidade inconstitucional.

              As instituições de controle legal e/ou constitucional estão consolidadas e amparadas pela Constituição de 88 com 32 (trinta e dois) anos de vigência. E a sua maturidade adquirida em três decênios e a maioria do povo brasileiro em preservar um regime de liberdades, conduzem à lógica e à certeza de que uma extravagância inconstitucional não terá o apoio dos mais proeminentes segmentos da sociedade brasileira, embora continuam o clima divergente entre os poderes, também naturall em época de crise e garantidos pela norma constitucional com o seu carácter histórico de extralegalidade.

              A Constituição de 88 está consolidada e preservada; a economia forte, embora a Pandemia da Covid-19; as reservas internacionais com 360 bilhões de dólares (hum trilhão e oitocentos bilhões de reais); o agronegócio pujante e crescendo; inúmeros setores industriais muito fortes, embora o vírus da Covid-19; maior produtor de proteínas do planeta, de sucos de fruta, de café, de minério de ferro, indústria aeronáutica e marítima fortes etc. etc. Todos esses extraordinários ramos da economia impedem e/ou obstacularizam a efetivação de um estado de exceção, com o apoio do presidente e de militares superiores insatisfeitos.

              Tampouco, entenda-se, que o presidente Bolsonaro não aceitará essa condição porque será o primeiro a ser sacrificado; por ser um capitão, falar demais, e os generais não aceitarão de continuar ser comandado por um capitão, embora eleito majoritariamente em pleito direto e democrático. Eles, os generais, ainda que o espírito democrático das Forças Armadas do Brasil, não aceitarão e/ou nem sequer tolerarão ser submetido às ordens de um capitão na hipótese de implantação de um presumível regime militar. Isso é da disciplina e da natureza dos militares.

              Entretanto, se esses grupos de manifestante da extrema direita e da suposta esquerda, também extremista, preservarem esses movimentos açolados de protestos antidemocráticos desrespeitosos ao Estado de Direito democrático, ao STF e a alguns de seus ministros, à Constituição..., poderá haver um enfraquecimento do atual regime, com tendência à excepcionalidade, mas jamais uma ruptura ultra constitucional com a substituição do regime atual em vigor. Pois, ainda assim, não há clima para instalação de regime sob a liderança das Forças Armadas. Contudo, é conveniente que esses grupos minimizem e/ou moderem a sua irascividade contra o Presidente Bolsonaro. Afinal, ele foi eleito em pleito popular e dentro das regras vigentes na Constituição.

Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras e o Vice-presidente, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, Portal www.magnopires.com.br, e-mail: [email protected]