Literatura

Poema de Alcenor Candeira Filho (1947-).

Poema de Alcenor Candeira Filho (1947-).

MINHA AVÓ

de repente em madrugada 
camoniana de domingo 
triste e leda madrugada 
cheia de saudade e de piedade 

madrugada alegre e triste 
e amena e marchetada 
do dia quinze do mês dois 
do ano de dois mil e quinze 

veio-me inesperadamente 
à memória minha avó 
Gracita Rodrigues Candeira 

que velhinha octogenária 
resignada me dizia 
e ao me dizer me comovia:

       - "quem eu fui
       ainda me lembro,
       quem eu sou 
       nunca pensei,
       quem serei 
       não sei." 

Poema de Alcenor Candeira Filho (1947-).

Fotografia do jovem poeta parnaibano Alcenor Candeira Filho.