Política

SENADOR AVANÇA COM SUA CANDIDATURA; DIFICULTARÁ LIDERANÇA DE WELLINGTON

SENADOR AVANÇA COM SUA CANDIDATURA; DIFICULTARÁ LIDERANÇA DE WELLINGTON

SENADOR AVANÇA COM SUA CANDIDATURA; DIFICULTARÁ LIDERANÇA DE WELLINGTON

Magno Pires

Pelo menos um deputado federal, três estaduais, um vice-prefeito, dez vereadores, quatro prefeitos, além de fortes lideranças, disseram-me que apoiarão o Senador Ciro Nogueira (Progressistas) em sua candidatura ao Governo do Estado em 2022. Este é o sentimento unânime de vários políticos e de líderes no interior do Estado e na Capital, Teresina, consultados. Entre esses políticos há filiados de outras agremiações, mas também do Progressistas, partido de Ciro.

O Governador Wellington Dias (PT) não criou e/ou montou estratégica para moldar o seu substituto político. Mas, todos os líderes populares, agem assim. Chagas Rodrigues, Alberto Silva, Mão Santa não fizeram os seus eventuais substitutos. Entretanto, já Lucídio Portela, Hugo Napoleão, que não são líderes populares, durante os seus mandatos, prepararam os substitutos. Freitas neto, por exemplo, foi criado dentro do sistema político de Hugo Napoleão, notadamente e no de Lucídio Portella. E o ex-governador Djalma Velloso ajudou nesse esquemão para contemplá-lo governador. Do grupo, apenas Anfrísio Lobão Neto, não chegou à Chefia do Executivo do Piauí, assim como Camilo Filho, poré,m, foram reitores da UFPI. E Anfrísio também foi Conselheiro do TCE.

O Governador Wellington Dias e o PT preparam a Vice-governadora Regina Souza para substituí-lo; e eliminar Ciro do esquemão para não ungi-lo. O PT não quer abandonar o Poder Executivo e entregá-lo ao coligado Senador Ciro. Entretanto, com o andar da carruagem política, o PT e o Governador poderão perder a legitimidade desse favoritismo. A candidatura de Ciro avança tremendamente em todos os sentidos, em todos os municípios e em todos os segmentos sociais. Inclusive no popular onde Wellington e o PT dominam amplamente no Estado. Chegará um momento de imponderabilidade de desconstituição de sua candidatura!.

A Vice-governadora não tem o mesmo poder político e a forte, inédita e invulgar liderança de Wellington. Este permanece a maior liderança política do Estado. Contudo, com a sua eventual candidatura a Senador, não poderá prescindir do embasamento político à sua atuação senatorial de todos os atuais coligados, inclusive de Ciro e do Progressistas. Apoiar Regina e escantear Ciro, prejudicará a sua eleição ao Senado. E os prefeitos preferem Ciro a Regina. Ademais, para complicar ainda mais o xadrez político, Wellington não terá mais Lula como presidente da República, tampouco Dilma, para apoiá-lo no Estado. E há o fator Bolsonaro no Palácio Planalto. As circunstâncias eleitorais e políticas de hoje para o PT e os seus candidatos são completamente diferentes dos eventos eleitorais do passado, com Lula com a sua forte liderança nacional que desminligou-se muito, após a Lava-Jato.

Ademais, o Progressistas, do Senador Ciro, tem oitenta e cinco prefeitos filiados. Inclusive de algumas grandes cidades como Floriano e Uruçuí, São Raimundo Nonato. E conta com o apoio de Firmino Filho (PSDB) da Capital, tendo sua esposa, deputada Luci Silveira, filiada ao Progressistas.

Evidente que o Senador Ciro terá que dialogar com o MDB de Marcelo Castro e Themístocles; com o PSD do deputado federal Júlio César; com o próprio PT e os demais partidos do arco político piauiense.

O PSDB, sob liderança inconteste de Firmino Filho, mantém diálogo permanente. Firmino poderá ser candidato a Senador e/ou Vice de Ciro Nogueira. Parece que estão irmanados e juntos no mesmo barco político. Portanto, o prefeito de Teresina não será obstáculo à pretensão legítima de Ciro em disputar o Governo do Estado em 2022. A esposa do prefeito de Teresina está filiada ao Progressistas. Teresina é o maior colégio eleitoral do Piauí e onde Firmino reina absolutamente.

As lideranças de dr. Pessoa (MDB), deputado federal Fábio Abreu (Republicanos) e do deputado estadual Fábio Novo e do PT, além de Georgiano Neto, filho do deputado Júlio César (PSD), parecem não incomodar Firmino. Poderá recepcionar o retorno de Sílvio Mendes, ex-prefeito da Capital, ao tucanato. E será o provável candidato a prefeito de Teresina pelo PSDB, embora já lançado Kleber Montezuma

O Governador Wellington Dias poderá ser surpreendido com Ciro, com o mesmo fenômeno eleitoral, que levou Mão Santa, em 1994, ao Governo do Estado, quando superou eleitoralmente o ex-candidato a governador do Estado, Átila Lira (PFL), que estava na dianteira com 67% das intenções de voto, e Mão Santa apenas com 2% percentuais e com o avançar do evento eleitoral majoritário daquele ano o parnaibano Mão Santa adiantou-se tanto e derrotou Átila Lira no 2º turno. A eleição vitoriosa de Mão Santa estava fora de todos os prognósticos políticos. O Governador Lucídio Portella era o seu grande adversário, embora ex-aliado e também médico.

As condições políticas, financeiras e eleitorais de Ciro lhe são enormemente favoráveis. Mesmo assim, insiste no apoio de Wellington e do PT ao seu projeto, além de assegurar para Wellington o seu total e poderoso embasamento político pessoal e do Progressistas, que é o maior partido do Estado, contando com oitenta e cinco prefeitos e inúmeras lideranças.

Em todos os Estados pobres e miseráveis como o Piauí, desgrudar-se politicamente dos favores políticos concedidos pelo Estado e/ou pelo Governador, é suicídio político certo; e Ciro poderá estar com receio disso. No entanto, soube, irá avançando indubitavelmente.

Portanto, entendo, que o que o Governador Wellington e o PT farão de melhor é apoiar Ciro; indicar Regina Souza à sua primeira Suplente de Senador como já acontecera no passado. E assim tranquilizar o quadro político piauiense às eleições de 2020 e 2022 – a verdadeira função de um líder político e carismático tão bem sucedido politicamente e sem registrar nenhuma derrota na sua ascendente e legitimada carreira política. Os verdadeiros líderes

precisam ser desprendidos e abonados e abnegados em determinadas circunstâncias que possam presumir ter perdido a batalha, mas, efetivamente, ganham o jogo como líder e técnico.

Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras e o Vice-presidente, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, Portal www.magnopires.com.br, e-mail: [email protected]