SUCESSÃO DE 22 AVANÇA COM PROEMINÊNCIA E CONSOLIDAÇÃO DO SENADOR

Magno Pires

Apenas os conservadores que compõem a maioria dos líderes, dos políticos e da população do Piauí devem achar que estou sendo precipitado porque faço comentários sobre a sucessão de 22; enquanto ainda nem sequer passou o evento da sucessão municipal de 2020. Esta deverá realizar-se em outubro, porém, no seu contexto, inserido na programação de 2020, estão todas as manifestações, articulações, e acordos às eleições majoritárias e proporcionais de 22.

Desde o Governador, senadores, deputados federais e estaduais, passando pelos prefeitos, vereadores e lideranças municipais não tratam e/ou transacionam somente à eleição de 2020; mas, notadamente, a de 22.

Justamente porque haverão quatro eventos excepcionais naquele ano: a sucessão do Governador Wellington Dias, isto é, sua desincompatibilização para concorrer ao Senado; a candidatura ou não da petista e Vice Regina Souza ao Governo do Estado; a provável substituição e/ou mudança da matriz político-petista de suposta esquerda pela de outra, mais à direita, com o antagonismo, o favoritismo e proeminência do senador Ciro Nogueira (Progressistas), como eventual candidato a governador com ou sem o apoio de Wellington Dias e do PT; e, por último, o término do mandato do prefeito tucano, Firmino Filho, na prefeitura de Teresina, o maior colégio eleitoral do Estado, que sempre decidiu as eleições estaduais.

Presentemente, o Governador Wellington Dias tem sob sua forte e imbatível liderança o comando político, administrativo e financeiro do Piauí e uma ampla coligação pluripartidária; indubitável influência na Assembleia Legislativa, no Tribunal de Justiça e no Tribunal de Contas, onde todos lhe têm deferência, mas sem submissão de qualquer ordem e natureza. É, pois, respeitado pela liderança que se impõe. E por ter sido governador quatro vezes, sem precedente na história política do Piauí.

Entretanto, quando se desincompatibilizar, para concorrer ao Senado Federal, parte desse fantástico patrimônio político e poder se esmaece, mesmo deixando Regina Souza na Chefia do Poder Executivo, como eventual candidata ao governo em 2022.

Nada obstante, o relativo prestígio da Vice e o poder do Governador Wellington Dias, a candidatura do Senador Ciro terá tomado uma dimensão na sociedade e no Estado e entre deputados e prefeitos que dificilmente será contestado e arrasado pelos adversários e pelos petistas.

Inclusive, porque, os governistas e/ou situacionistas de hoje não creem, mas há um grande desejo, também na sociedade, para mudar a matriz política do Estado, de característica petista, para outra de apelo administrativo e político diferente. Mais à suposta direita.

Também o desgaste do PT, a prisão e condenação de Lula, o afastamento da ex-presidente Dilma, a condenação de vários líderes petistas, tudo isso contribui para a derrocada do PT também no Estado.

Ademais, o cansaço da sociedade pelo modelo gerencial do petismo e coligação. Além de tudo isso, mais o fenômeno Bolsonaro, que, embora as contradições de sua gestão e o estilo sicrotímico do presidente, também é um forte contraponto às ambições políticas dos petistas.

A eventual candidatura do senador Ciro ao governo do Estado, em 2022, embora ainda distante, está ganhando musculatura, se consolidando cada instante, ainda que os petistas se contraponham e o governador não se pronuncie. Contudo, chegará um momento, não muito distante, tendo em vista as andanças e articulações do Senador em todo o Estado, falando na candidatura, que nem sequer a intervenção do governador será capaz de impedir o seu crescimento e a sua efetivação. Portanto, é melhor, mais prudente, e mais aconselhável, que o Chefe do Executivo e o seu PT, deixem Ciro à vontade para não ter uma fenomenal decepção como a concretização do seu projeto político governamental independentemente do apoio do Governador e do seu Grupo. Um exemplo: político de oposição fizera uma reunião com quatorze prefeitos e várias lideranças, apenas dois dos que a compunha votariam no candidato do governador; os demais, foram unânimes em apoiar Ciro Nogueira.

Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras e o Vice-presidente, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, Portal www.magnopires.com.br, e-mail: [email protected]